domingo, 3 de junho de 2012

" mas a longo prazo sou uma garota que não funciona direito. É como se eu fosse uma vitrola antiga, com a agulha defeituosa. Se você parar para prestar mais atenção em mim, vai se dar conta que eu fico roçando no vinil e atrapalhando a música, provocando aqueles ruídos que dão agonia nos dentes. E sabe o que é pior? Eu não tenho conserto, não há peças de reposição no mercado, sou uma causa perdida. Por que você não abraça uma árvore? Vai dar na mesma.”

quinta-feira, 26 de abril de 2012


Alguns disseram que não ia durar. Logo ele.Logo ele, que não se envolvia com ninguém. Logo ele, que era um solteirão. Logo ele, o festeiro. Logo ele, que ficava com uma e com outra. Logo ele, que não se prendia. Logo ele, que tinha fama de pegador. Logo ele, que só tinha tido uma namorada quando adolescente e mais nenhuma depois de adulto.

Outros insistiam em coisas chatas. Leo, vem pra cá, aqui tá cheio de mulher (disse um "amigo" dele certa vez). Outros, mandavam ilustrações de aniversário: Leo, olha, isso é a tua cara. E era o quê? Foto de alguma mulher seminua. É, não foi fácil. Pelo contrário: foi bem, bem difícil.

Sofri muito para entender que o passado fica lá atrás. Relutei muito para realmente me entregar de vez. Pensei muito, tinha medo de sofrer. Medo que ele fosse um canalha. Medo que ele sentisse medo da vida antiga, onde tudo era festa, bebida e mulher. Medo que ele sentisse falta dos dias que tinham ficado para trás, onde tudo era prazer. Onde não existia horário, compromisso, satisfação. Onde não existia amor nem respeito nem consideração nem cumplicidade nem nada disso que a gente tem. Onde a única coisa que existia era o egoísmo.

Acabei me afastando de algumas pessoas. A gente sente direitinho quem quer o nosso bem. Se eu estou feliz e você gosta de mim, por favor fique feliz também. Se a sua vida é uma desgraça, desculpa, não tenho culpa. Se os seus sonhos e planos não deram certo, por gentileza, não descarregue em mim. Também tenho sonhos e planos que não se concretizaram e nem por isso sou amarga. Nem por isso não desejo a sua felicidade. Sempre disse e repito: é fácil ser solidário quando tudo está uma merda.É  fácil esticar a mão, ficar ao lado, ouvir as tragédias. Difícil mesmo é ficar feliz lá no fundo quando o outro conquista alguma coisa. Quando ele se dá bem. Quando ele está com o coração sorrindo. A gente percebe direitinho sorrisos amarelos, olhares não sinceros. Acho isso tão pequeno. Se você gosta de alguém, se é amigo de alguém é obrigação ficar feliz pela pessoa.


Ninguém é igual a ninguém, eu sei. Não posso querer que você seja de um jeito que não é o seu. E se eu gosto, tenho que gostar por inteiro. Mesmo com defeitos, mesmo com passado, mesmo com tudo. Eu também tenho a minha história, com partes bonitas e feias. E quando duas vidas se cruzam, com tudo de errado e certo, é a gente que escolhe ficar. E foi essa a escolha que nós fizemos. A gente tinha tudo pra dar errado. Mas demos certo. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Eu fico te olhando de longe como quem queria estar mais perto e quando vejo, já estou sorrindo feito boba. E você percebe e eu fico sem jeito, conserto a postura na cadeira e invento de procurar um texto qualquer na minha pasta . E você sorri e desvia o olhar. A gente se entende, você vê. A gente se pertence, você sabe. A gente não dá certo, você crê. Mas eu só queria deixar registrado que a cada vez que eu te olho, sinto uma sensação muito bonita, aquela de quando a gente sente algo tão grande que o coração acelera como quem tenta dilatar a fim de se moldar ao sentimento, sabe?
"A porta está fechada, não adianta bater. E foi tão bom constatar que não me atinge mais. Não me entristece, não me aborrece, não me tira o sono. Passa por mim. Mas, não me atravessa. Foi-se o tempo. E foi-se o tempo faz tempo. Deusconserveamém."

(Briza Mulatinho)

sábado, 14 de abril de 2012

Não me torture! Não me cure de você.

Até parece
Que não lembra
Que não sabe
O que passou
Não faz assim!...

Não faz de conta
Que não pensa
Em outra chance
Prá nós dois
Olha prá mim...

Não me torture
Não simule
Não me cure
De você...

Deixa o amanhã dizer!
Deixa o amanhã dizer!...

Nós fizemos história...




Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

Depois de varar madrugada
Esperando por nada

De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste minhas costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois...

sexta-feira, 30 de março de 2012

Calma. Espera. Deixa eu organizar o que quero dizer. Assim. Aquele domingo, lembra? Fui na tua casa e resolvi ouvir as musicas que estavam no computador. Talvez através da sua seleção eu soubesse melhor quem você é. Sei que eu comentei algo idiota sobre uma suposta vontade de me enforcar após ouvir sua listagem e você, meio brabo, grosso e arredio, disse “se você está com vontade de comer uma torta de morangos deve procurar uma confeitaria, e não um açougue” e blá-blá-blá. Tudo bem, não está mais lá quem falou.

Só que eu estou aqui. Querendo saber mais coisas remotamente pessoais sobre você sem que uma expressão de pavor cruze seu rosto. Então, com quantos anos você perdeu a virgindade? Já foi a algum show do Whitesnake? Você teve sarampo quando criança? Você foi criança um dia, não foi? Porque seus pais se separaram? Você me quer apenas como sua garota de final de semana? Eu quero mais.

Aquele seu jeito seco e ao mesmo tempo delicado de esfregar a suas razões na minha cara. Odeio quando você está certo, coisa que acontece quase o tempo todo. Além do mais, não é justo. Você já me viu meio embriagada, sentada no meio-fio, chorando de saudades da minha mãe. Você já me viu chorando embaixo de você, no meio de uma trepada afetuosa, impressionável e emocionante, e eu tive de fingir que apenas tivera um dia ruim.

Enfim, em três meses você me viu chorando 43% do volume esperado para o ano inteiro. Mas é que, sei lá. Isso tudo, todo esse medo do nada-acontecer ou do tudo-acontecer-rápido-demais tem me deixado cansada. Nada de mais. Você sabe montes de coisas sobre mim, muito porque sou tagarela, coleciono tiques nervosos e acho que está sempre faltando um algo mais – por que se contentar com o ótimo, se pode ficar perfeito? Vocês meninos têm disso? Tipo, quando jogam videogame, desmontam motores ou fazem fogo, vocês trocam ideias, buscam saber o que o amiguinho acha a respeito disso e daquilo? Tudo bem, eu sei que não. Pode ficar aí, na tua, quieto, não se faz necessário reunir forças para mover lábios e cordas vocais para responder qualquer coisa que seja. Não quero incomodar, mas, vai, solta pelo menos um muxoxo ou me manda calar essa maldita boca.

Passear pela calçada contigo tem a mesma sensação de ir a um bom restaurante concorrido. Na sua testa está escrito RESERVADO, e eu espero de verdade que o lugar seja meu. Sabe, eu tenho adorado sentar à sua mesa e experimentar sua comida bonita, colorida, aromática, sedutora e cheia de sabor. Nunca me importei muito com a receita, os ingredientes e a forma de preparo. De todos os locais onde jantei, todas as vezes evitei descobrir ratos e baratas e outras guarnições escrotas nos bastidores daqueles idiotas. Eu não queria me decepcionar. Mas contigo é diferente. Eu preciso saber. Como vou saber se estou pisando em ovos se você não me convida para conhecer sua cozinha?

Me diz alguma coisa, vai. Me fala tudo aquilo que eu ando louca pra ouvir da sua boca. Sussurra, então. Ou me ensina a receptar telepatia, essa língua que só os inteligentes e evoluídos e incógnitos e brancas-nuvens conseguem decifrar. Porque eu já estourei minha cota de intuição. Diz que me adora, que gosta de mim, que sente saudades minhas e uma vontade insana de me ver em plena quarta-feira. Sei que não muda nada, mas eu preciso ouvir. Ou isso, ou eu pego minha bicicleta e dou o fora daqui. Agora. Sabe, não está dando muito certo, às vezes eu me sinto meio o Dick Vigarista gritando para o Mutley fazer alguma coisa. E você só olha meu desespero patético e fica rindo. E então? Como vai ser?

Desisto. Eu acho, às vezes, que seria mais produtivo perseguir pombos em praça pública. Bem, eu só queria dizer que, apesar desse seu jeito todo iceberg de ser, eu te acho um rapaz incrível. Você é o melhor ser humano entre os piores que já conheci. Ou o pior entre os melhores. Não sei. Sei que eu inexplicavelmente estou na tua e você sabe disso. Não dá bola, assim que meu ataque trevoso de angústia cessar, eu sei, não vou me importar nem um pouco se você ficar na tua, se você não ligar de me aturar falando pelos cotovelos, deitada do teu lado.

terça-feira, 20 de março de 2012

Nunca eu tivera querido
Dizer palavra tão louca
Bateu-me um vento na boca
E depois no teu ouvido
Levou somente a palavra
Deixou ficar o sentido

O sentido está guardado
No rosto com que te miro
Nesse perdido suspiro
Que te segue alucinado
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado

Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste
Esta tristeza não viste
E eu sei que ela se vê bem
Só se aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Eu mentiria se dissesse que penso em você o tempo inteiro. Mas tenho que confessar que algumas vezes no meio da tarde eu me pego sorrindo aquele sorriso bobo, sabe? É que, vez ou outra, eu lembro de algo que você falou ou do modo como você riu das minhas piadas sem graça. Você tem algo diferente, ainda não sei exatamente o que é, mas é isso que me faz esperar todo dia pelo mesmo horário.

Mt.

Acho que te devo um pedido de desculpas. É que nem eu mesmo gosto muito de mim, e fico meio assustado quando alguém me diz que consegue isso. É que você parecia meu amigo, só meu amigo. Você fala como um amigo. Me cumprimenta como amigo. Me telefona e me convida para cinemas como um amigo. Seu riso é de amigo. O seu abraço é de amigo. Mas eu devia ter desconfiado, seus cabelos sempre tiveram cheiro de namorado''. — (Gabito Nunes)

De tudo que vivi, você foi mais do que imaginei ser capaz...

Quis enganar meu coração
Mas foi em vão, a verdade vem e não dá
E eu só penso em te encontrar

Eu quero o teu amor

Se eu disser que perdi a direção
Se eu disser que machuquei meu coração
Quando eu disse não
tudo que eu vejo só lembra você
E é impossível te esquecer

Por isso, vem amor

De tudo que vivi você foi mais
Do que eu imaginei ser capaz

Se eu tiver todo o teu calor outra vez aqui
Olhe bem para os meus olhos
Pra sentir, quanto eu sofri

Hoje eu sei que preciso de você
E não dá pra imaginar te perder



Isso é tão estranho.
É diferente, sei lá!
Escrever para mim é como respirar, e eu realmente preciso respirar. Por isso escrevo. Sabe as vezes palavras não são o suficiente, mas mesmo assim elas sempre me ajudam.
As vezes é difícil compreender éramos nós, e nós nem sabíamos. Tantas coisas aconteceram, me surpreendi várias vezes, e parada aqui com o tempo, lembrando dos bons momentos, eu sinto tanta falta, essa nostalgia não passa, mas ela teima em viver sempre aqui dentro.
Só que não da mesma forma, nem a com mesma intensidade, apenas lembranças que me trazem saudade, mais saudade. Apenas isso. Por que eu sei que mudou, tudo mudou, eu mudei. E a gente nunca foi o "para sempre", mas acredito que Deus não quisesse que você. Então amém, pois vem dele e eu confio nele!

Preciso de você!



"Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas caírem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã."

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

É um cafajeste, vagabundo, mulherengo, lindo e cheiroso. Solta aquele sorriso sedutor descontraído do outro lado da rua como aceno e tu logo levanta os dois braços acenando de volta. Porque ele tem o poder de te prender sem mãos e braços, ah aqueles braços. Aqueles braços, pernas, olhos, sorriso, rosto. De onde ele tirou aquele rosto? E aquele jeito engraçado de esquecer tudo? Esquece o celular, a caneta, as chaves, as meias.. E querida, acorda, ele também vai esquecer você.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

"Não sei o nome disso que estamos sentindo um pelo outro e também não me importa. Pode ser o ápice ou o precipício, e tudo bem. E também não sei se teremos habilidade para cultivar isso por três semanas ou por três décadas inteiras. Só sei que agora estou interessado em saber como será o próximo passo."

(Gabito Nunes)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Eu saio me divirto, bebo, danço, conheço novas pessoas, ganho elogios, pessoas querendo me dar colo, e acho que estou bem. Que nem sinto mais sua falta, mas ai no meio da noite algo acontece e eu quero virar e te contar para você soltar aquela gargalhada que toma conta de todo o lugar. Mas você não está la. Então eu desisto, e volto pra casa e escrevo sobre a falta que não tenho coragem de te dizer que sinto. Mas eu sinto. E dói as vezes.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012


E eu olho sua foto e fico me perguntando porque diabos nunca nos demos uma chance? Porque diabos todas as vezes que nos encontramos em algum lugar a gente nunca conseguiu se olhar de verdade? Se olhar no fundo dos olhos?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

É fácil perceber se tô gostando de alguém. Ela faz tudo que me incomoda, tudo que me irrita, e mesmo assim a idiota me encanta.

— Soulstripper

Coisa é quando esses textos melosos começam a fazer sentido pra você de vez em quando. É sinal de que está perdido, entregue, acorrentado, já era. Aquela sensação de prisão perpétua, mas uma sensação boa, de prisão por livre e espontânea vontade, sem esforço. Sorrir sozinho vendo um programa idiota qualquer na televisão ao lembrar de alguma bobagem que foi dita na noite anterior por ele(a) já se torna mais frequente do que escovar os dentes. Numa fração de segundos, tudo aquilo que te prendia a não deixar que esses repentinos sorrisos saíssem acabam sendo esquecidos, desaparecem junto com o lixo que você jogou porta a fora semana passada. Você está apaixonado. Entregue aos encantos do som de uma voz e de um sorriso. Entregue ao barulho que ele(a) faz quando está tentando arrumar algo enquanto fala com você ao telefone. Entregue aos sussurros e palavras escritas trocadas por ambos numa noite sem graça numa rede social qualquer da internet. Encanto não é vendido por porção em qualquer esquina por aí, é construído a cada troca de sensações, a cada troca de olhares e pernas ou somente palavras. Encanto antecede a paixão e o amor. Acho que estou encantadoramente apaixonado(a) por você.

Jéssica Barreto