quinta-feira, 30 de junho de 2011

quase 6 meses depois...

Ela era a minha melhor e mais adorada amiga.
Mas ela tinha feito algo errado. Ela nunca me mandava tomar no cu pelo microfone, por exemplo. Nunca virava uma bacia de bosta na minha cabeça.
Eram micro coisinhas, eram nuances de desdém, olhares que nunca ninguém no mundo poderia ver, eu mesma duvidava se tinha visto. Aquilo foi ou não uma frase arrogante? Ela quis ou não me ofender? Não era óbvio. Ela vinha em fumaças. Eu não entendia as intenções, até porque tudo vinha meio fanho, meio dito, meio baixo, meio com a cabeça virada pro outro lado.
Nada era claro. Dito de olhos para olhos.
Quando eu percebia, eu tava me sentindo idiota por alguma situação que ela tinha causado. Dentro de mim crescia uma defesa, um ataque, uma raiva.
Vou matar essa vaca, meter a mão na cara dela.
Mas eu me sentia louca em sentir tudo isso. Por que eu bati a porta do carro com força? Por que eu não dei bom dia pra ela? Ela não me fez nada! Será que fantasio maldades? Gosto de ser maltratada? Eu tenho mania de perseguição?
E passava noites em claro me odiando. Será que eu sou louca? Por que tenho raiva dessa pobre garota que tanto gosta de mim e me atura e me adora e me ajuda? Será que não sei ser amada? Ou amar? Será que tenho inveja dela? Será e será e será…?
Ela nunca levantou a voz, nunca fez uma crítica mais cruel, nunca me disse o que realmente pensava, nunca brigou pra valer pra fazer as pazes pra valer. Sempre fina, educada e preservada. Sempre correta, fazendo pose. Sempre do alto de suas boas intenções e equilíbrios, com piedade da amiga que se perdia e se descabelava. Ela era um prato cheio pra minha cabeça.
Não existe nada mais apetitoso para alguém que pensa muito como a boa e velha tortura mental. Dissimulação é a pós graduação da punhalada nas costas.
Fiquei nessa, sem saber e mesmo pedindo desculpas. A maldade ou sacanagem ou fraqueza escancarada é fácil de afastar. Mas o que fazer com as pessoas que te dão colo e carinho e poesia? Eu acho que a vi,uma vez paquerando meu ex namorado. Mas disse pra mim mesma “ela está apenas olhando pra ver se ele está me olhando, como uma boa amiga que é”. Eu achei, numa festa estranha, que ela ia toda hora no banheiro chorar, porque é o que eu queria naquela festa estranha: chorar. E ela me olhou macabra e sorriu da maneira mais muda possível. Não como uma amiga que não pode contar uma coisa pra outra porque há limites tristes para tudo, mas como alguém mau, que carrega o submundo da alma como taça para você jamais ser convidado para o esgoto. Para você se sentir um rato renegado e só por isso ainda mais rato do que os soterrados na merda.
Ela seria só mais um amor que acabou não fosse o ódio especial e insuperável que carrego pelas pessoas traidoras de poesia de mundo. Pessoas que de alguma maneira e em algum momento, me mostraram que era possível apegar, aconchegar, relaxar num mundo eterno. Pessoas que pareciam entender e entendiam essa coisa toda que me lambuza e rebusca o peito. Não preciso do que é igual e nem parecido. Falo dessa coisa, essa necessidade de poesia de mundo, essa comemoração boba e quase impossível que duas pessoas pra valer sentem pra valer quando é pra valer.
Eu fico aqui na boa, na minha casa. Acho mesmo que a vida é isso, almoçar lá na minha mãe com a Lolita lambendo meu dedão. E meu pai chega todo cheiroso. E a tarde uma boa amiga me liga pra gente ir ao cinema e nada demais. A noite alguém carinhoso passa aqui só porque fico muito mal humorada e seca sem isso. E tudo bem. Nasci com um troço aqui que ninguém entenderia mesmo e que algumas músicas e filmes e livros e crianças e bichos e cores e madrugadas e bem cedinhos, às vezes, me trazem a tona pra mim e vivo num misto de egoísmo solitário pra caramba. Uma coisa que cabe o mundo todo mas que não preenche justamente por isso. E tudo bem. Estou sempre entre o conformismo em sentir tudo isso sozinha cada dia com menos impaciência e dor e a espera gigantesca cada dia maior. Mas aí algumas pessoas aparecem e me tiram daqui e me dizem e me provam que sentem tudo isso também e que é possível que eu saia da toca aceita e quentinha. E por alguns dias ou anos, eu vislumbro atravessar uma rua de braços abertos como a gente faz só quando está muito feliz porque não é só no mundo. E alguns amigos e amores, são como o mundo dizendo que tem eco pra existir. Ser você existe! Vai com tudo!
E essa minha amiga, a irmã que não tive, era a amiga de poesia de mundo. Era com ela que eu sonhava pegar trens em algum lugar mais longe que tudo e ir pra outro ainda mais longe. Era com ela que eu sonhava, no dia que minha mãe ou meu pai morresse, tomar um café em algum lugar legal e estar tão miserável a ponto de fazer uma piada que só ela entenderia como aquilo era humano demais. E no show do Radiohead, a gente ficaria num espaço que desse pra girar tanto que o mundo pararia. E quando um amor acabasse, ainda que cada uma tenha a sua vida, a gente iria, nem que por alguns minutos, fazer um chá pra outra e dizer que existe sim algo que dê certo. Burlamos o inferno, querida, nos escondemos aqui, como irmãs pequenas, atrás do caldeirão que fode tudo, tudo vira um caldo de merda que corrói, mas nós, nós burlamos o mundo e demos certo porque o amor de verdade nada mais é que brincar de esconde-esconde levando a pureza bem a sério.
Essas pessoas me fazem tanta falta, elas não existem, mas tenho saudade delas como se todas tivessem explodido em alguma guerra terrível que dizimou o meu tipo de gente.

“Alguém me ensina a pensar menos nele? Alguém me ensina a não repetir centenas de vezes a mesma cena na cabeça? E não fazer dessas lembranças o meu maior martírio? Porque dói, dói muito pensar que há pouco tempo eu estive inteira com ele e o deixei partir, assim, sem insistir, sem nem um “fica mais um pouco?”. É possível não sentir esses arrepios ao lembrar-me do toque, do cheiro, do beijo dele? Ah, eu daria tanta coisa para que aquele anjo estivesse aqui comigo agora, hoje, amanhã, sempre. Eu daria tudo pra vê-lo sorrir mais uma vez pra mim, mas quando estou com ele fico tão pequena, entrego-lhe o que ainda me resta, ele vai embora e eu fico aqui, me sentindo incompleta, me sentindo um nada, sobrevivendo apenas de migalhas da minha memória.”


Eu sinto falta de uma coisa que possui nome, endereço, cpf, e uma bipolaridade gigante, eu sinto falta do jeito que as coisas eram no começo de setembro. Sinto falta e por mais que a cabeça e algumas amigas dizem pra eu dar uma pulada no assunto, não consigo. E não desisto. Sinto apenas falta mas agora não sei de que e nem o porque disso tudo, nem sei o motivo desse texto . Sinto sua falta. Sinto falta do jeito que você era.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Tenho vontade de te chamar de idiota . Porque é isso que você é. Tá me perdendo e não percebeu ainda . Tá esperando legenda? Eu choro, respiro, tenho medo mas isso não faz a mínima diferença pra você. Mas eu insisto em nós e vim aqui te pedir cuidado. Não me deixa ir embora, isso é quase uma súplica. Cuida do pouco que restou de nós pra ver se ainda vai restar alguma coisa pra contar pros nossos filhos - se eles existirem, claro - Mas não deixe eu sair por aquela porta. Mesmo que seja de mãos vazias. Eu não voltaria pra buscar nada. Porque na verdade, não ficaria nada para trás . Nem roupas, nem jóias. Nem amor. Nem lembranças. E isso vai doer que eu sei. É, eu só lamento, sabe.



Lamento ter visto muita coisa numa pessoa que não viu nada em mim.

domingo, 26 de junho de 2011

A festa bombava as luzes insistiam, os barulhos iam cessando como um prêmio e as pessoas tentavam me aquecer. Eu sabia que estava sendo amada, talvez como nunca em toda a minha vida. Mas só tinha olhos para os pêlos do seu braço. Eu olhava como quem não olha e me dizia baixinho: olha eles lá, olha lá os pêlos que eu tanto amo sem mais e sem fim.

Matei finalmente a saudade do seu dedão. Seu dedão meio largo, meio torto, com a unha que preenche todo o dedão. Eu amo o seu dedão, amo sua unha meio roxa, amo a semicircunferência branca que sai da sua cutícula e vai até o meio da sua unha, amo a sua mão delicada que sai de um braço firme. Amo que os pêlos da sua mão pareçam meio penteados de lado.

É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de te comer no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos bisnetos.

E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano.

Ninguém acredita na gente: nenhum cartomante, nenhum pai-de-santo, nenhuma terapeuta, nenhum parente, nenhum amigo, nenhum e-mail, nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma reza, nenhuma fofoca e, principalmente (ou infelizmente): nem você.

Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente. Eu acredito que ainda vou voltar a pisar naqueles cocôs da sua rua, naquelas pocinhas da sua rua, naquelas florzinhas amarelas da sua rua, naquele cheiro de família bacana e limpinha da sua rua. Como eu queria dobrar aquela esquininha com você, de mãos dadas com os pêlos penteados de lado da sua mão.

Outro dia me peguei pensando que entre dobrar aquela esquininha da sua rua e ganhar na mega-sena acumulada, eu preferia a esquininha. A esquininha que você dobrou quando saiu da casa dos seus pais, a esquininha que você dobrou chorando, porque é mesmo o cúmulo alguém não te amar. A esquininha que você dobrou a vida inteira, indo para a faculdade, para a casa dos seus amigos, para a praia. Eu amo a sua esquininha, eu amo a sua vida e eu amo tudo o que é seu.
Amo você, mesmo sem você me amar. Amo seus rompantes em me devorar com os olhos e amo o nada que sempre vem depois disso. Amo seu nada, apenas porque o seu nada também é seu.
Amo tanto, tanto, tanto, que te deixo em paz. Deixo você se virando sozinho, se dobrando sozinho. Virando e dobrando a sua esquininha. Afinal, por ela você também passou quando não me quis mais, quando não quis mais a minha mão pequena querendo ser embalsamada eternamente ao seu lado.



' Nem sempre a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte.'

.'' Ela ainda não tinha aprendido a virar uma escrota maluca e largar o cara falando sozinho na festa, ela ainda tinha a bondade de ir chorar no banheiro e esperar que a vida pudesse voltar a ficar bonita depois da descarga cheia de papel higiênico com ranho. ''

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso, como de fato já tive milhares de vezes. Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto do mundo.
(....)
Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.
Eu só sei que agora eu vou tomar um banho, vou esfregar a bucha o mais forte possível na minha pele e vou me dizer pela milésima vez que essa foi a última vez que vou ficar sem entender nada.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

“Passei a vida te esperando, entende? Quando eu te escondo o jogo, quando eu te trato mal, é tudo medo, é tudo medo do amor.

- Cazuza.

terça-feira, 14 de junho de 2011

definição perfeita do amor...

Amor é quando você acha que a pessoa com quem você se relacionava era egoísta, possessiva e infantilóide e isso não reduz em nada a sua saudade, não impede que a coisa que você mais gostaria neste instante é de estar tocando os cabelos daquele egoísta, possessivo e infantilóide.
Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres.

Martha Medeiros

domingo, 12 de junho de 2011

feliz dia dos namorados.

É muito engraçado escrever um texto de dia dos namorados pra você, mesmo você não vendo e você não sendo meu namorado. Agora fudeu. Agora vou ter que procurar palavras bonitas, tentar não rimar cão com chão e evitar exclamação.

Eu sempre tentei te entender, antes mesmo da gente se conhecer, eu já sabia que não ia ser fácil. Quando eu te bloqueava por um mês inteiro no MSN, você nem calculava que eu ia dar muito mais trabalho do que você podia imaginar. É. O começo não foi fácil mesmo. Eu achava que fosse ficar com você e continuar solteira. Você de lá e eu de cá. Tudo certo. Achei que dava pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo, afinal não era pra ser nada sério mesmo. Mas isso era só o começo.

Isso foi antes de eu descobrir que você organiza as latinhas de refrigerante em linha (!!!) na geladeira. Que você é tão organizado que paga previdência privada e alinha também as almofadas em cima da cama. Que arruma a própria cama. Que arruma tudo que eu bagunço na sua vida. Isso foi antes de eu descobrir que eu ia ser só sua. Isso foi antes de eu te conhecer. Isso foi antes de eu me apaixonar. Agora fudeu.
Agora eu bagunço tudo e você não liga. Eu deixo todas as luzes da casa acesa e você vem atrás apagando. Eu faço você assistir grays anatomy comigo. E você vai. Ultimamente você tem feito tudo com o maior prazer. Fazendo todas as minhas vontades. Quer me levar ao médico cada vez que eu dou um espirro diferente do normal. Você quer me levar sempre aos melhores lugares. Você faz questão que eu esteja linda. Mais porque sabe que eu me preocupo com a aparência do que por você mesmo. Por você eu poderia acordar e dormir descabelada. Você consegue me achar linda de manhã cedo e fazer eu me sentir a Gisele Bundchen.

Agora já era. Ta tudo dominado. Você quer confiscar minha calça jeans velha que marca a bunda, estica o olho cada vez que apita uma mensagem no meu celular e liga de dez em dez minutos toda vez que eu saio de casa depois das nove da noite. E ainda reclama que eu tenho ciúme. Reclama dos meus achismos. Reclama do decote. Reclama da saudade. Reclama do tempo. Reclama de tudo só pra exercitar. Exercitar a chatura. A chatura que eu amo.

Não acredito em datas comerciais. Pra mim, isso é um desculpa sem contexto pras pessoas gastarem dinheiro. E a gente, que deu pra entender de palavras, gasta texto. Eu aqui virando a noite pra colocar no papel meia dúzia de frases legais porque fui contagiada com a melosidade do dia :D

Descrição perfeita.

Este não é um texto sobre o amor. É um texto sobre uma cidadã que já amou demais. Uma cidadã que faz tudo errado. Que se desconserta quando alguém fala que gosta dela. Que é contraditória por natureza. Que fala a verdade quando deveria mentir. Que diz que é fiel aos seus sentimentos mas não entende nada sobre fidelidade. Que gosta de um cara mas sai com outro sábado à noite. Que quer se matar por dar end no cidadão que ela mais quer quando ele liga e ela está com outro. Que já largou um cara dentro do cinema sozinho e nunca mais voltou. Que já saiu de casa às duas da manhã numa terça-feira fria. Que já chorou por um homem. Que já chorou por alguns homens. Que não tem vergonha de falar o que sente. Uma cidadã cujo sorriso entrega suas emoções. Cujos lábios movem quando ela pensa. E cujos olhos não a deixam mentir.

Uma cidadã que odeia beterraba. Odeia quando tem que esperar alguém ligar. Odeia mais ainda quando esse alguém não liga. Odeia os homens que têm namorada e ficam ligando pra ela (qualé?!). Uma cidadã que adora chocolate. Adora sua própria companhia. Adora não ter mais idade pra brincar de polícia-e-ladrão. Pra fazer joguinho. Adora já ter passado da fase de fingir que ela não está afim quando está.

Só que essa cidadã faz tudo errado. Ela diz por aí que quer namorar. Mas se esquiva quando seus casos começam a ficar sérios.
E só se envolve com os “não-namoráveis”. Os mais galinhas. Os mais baladeiros. E anda dispensando todos os caras com quem ela poderia pensar em fazer planos. Talvez porque, lá no fundo, ela goste de ser solteira. De poder escolher com quem ela vai sair no final de semana. Talvez ela queira ligar praquele cara bacana no meio do show do Rappa. Talvez porque ela ache que sair e conhecer novas pessoas seja uma coisa bacana. E porque ela ainda não encontrou alguém que faça valer a pena largar tudo isso pra se comprometer a um cara só.

Talvez porque ela goste de chegar em casa sozinha. Tirar suas roupas e se jogar em cima da cama. Poder deixar tudo espalhado. Tomar banho de porta aberta. Reservar-se o direito de não atender o telefone fixo. Assistir ao canal de TV que ela bem entender. Ficar na internet por quantas horas achar conveniente. Dar end no celular de acordo com seu humor. Ir e vir de onde ela bem entender. À hora que ela bem entender. E com quem ela bem entender. Talvez ela até goste de comer miojo quando tem preguiça de sair pra almoçar nos finais de semana. E talvez ela prefira a companhia do seu passarinho na sua cama. Talvez tudo isso seja verdade. E talvez tudo isso passe. Mas fato é que a cidadã não vai abrir mão disso por pouca coisa. E que ela não troca suas tardes de domingo sozinha por tardes de domingo em companhia errada.

Fato é que a cidadã não quer alguém pra chamar de namorado. Ela quer um alguém que ainda não encontrou. E o dia que ela encontrar, ela não vai deixar esse alguém escapar por nada deste mundo. Porque essa cidadã sabe o que é perder o cara que é o amor da sua vida. Sabe o que é fazer tudo errado sempre. Mas, mesmo assim, ela não tem medo de começar tudo de novo. De tentar outra vez. De viajar mais 800km pra dizer, mais uma vez, que ama. E essa cidadã só quer viver de novo aquilo que ela conhece muito bem. Amar. Incondicionalmente. Viver incondicionalmente. Viver sem fazer planos. Sem querer prever o futuro. Estar do lado de alguém que é o mundo pra ela. Estar do lado da pessoa certa. Aquela única pessoa com quem ela gostaria de estar. Alguém que conhece todos os seus medos. Todos os seus sonhos. Que sonha junto com ela. Alguém por quem ela abriria mão de todas as maravilhas da vida de solteira. E por quem ela acredita que vai fazer tudo certo um dia.

Sinceramente... eu mereço ler isso todos os dias de minha vida :s

Lá está você. Protagonizando aquela cena digna de novela mexicana. Você se tranca no banheiro. Senta na tampa do vaso sanitário. Apóia o rosto nas mãos e os cotovelos nas pernas. Chora. Chora, não. Desaba! Você chora até perder as forças. E deixa a dor escorrer pelos olhos. E essa dor te consome. Suga de você toda energia, todo viço da pele e todo brilho dos olhos. Mas é que você nunca soube muito bem lidar com finais infelizes. E vai ter que aprender na marra agora.

Acontece que não te contaram que Romeu e Julieta morreram e nunca mais se encontraram. Não te contaram que hollywood cria histórias mágicas que não se repetem na vida real. E você acreditou que podia ter o amor da sua vida pra sempre. E agora, você está sem chão. Sem forças. Sem rumo. Sem o mínimo controle da situação. E o que é pior: sem a mínima vontade de começar tudo de novo. Encarar a vida de solteira. As cantadas baratas. As noites vazias. Os “eu te ligo” nada confiáveis. Os finais de semana em casa. Os finais de semana na rua. Os feriados em que você precisa arrumar uma super viagem bacana pra não correr o risco de sobrar na capital sozinha.

Até que suas amigas te tiram de casa - praticamente à força - e você decide se aventurar na primeira noitada da sua nova (!!!) vida de solteira. E é então que alguma coisa parece avisar ao sexo masculino que você é “carne nova” no pedaço. Você está altamente solicitada na festa. Aqueles que já te conhecem vêm falar com você. Vêm dizer como está linda. Perguntam pelo namorado. Que namorado??? Tudo bem. Era só um pretexto pra se aproximarem de você e se certificarem de que está mesmo solteira. O papo não é lá dos piores. Você conversa com um, conversa com outro. Conhece gente nova. Ri horrores. Conhece gente interessante. Gente chata. Uns mais novos. Outros mais velhos. Homens bonitos. Outros feios de doer.

Você está cercada de pessoas por todos os lados. Mas você senta no canto da festa sozinha. Você e aquele mísero copo de plástico de vinho suave barato (outra vez!). As pessoas parecem estar se divertindo enquanto você faz um enorme esforço pra entender como alguém pode se divertir daquela maneira. Beijando bocas aleatórias e conversando com pessoas que nada sabem a seu respeito. Virando garrafas de álcool e rindo de si próprios. Subitamente, então, sua filosofia barata é interrompida. Um inconveniente, chato, feio e bêbado tira seu sossego. Fala duas frases. Não pergunta seu nome mas diz que quer te beijar. Você não enxerga quais as razões que a levariam a cometer tal insanidade. Depois de meia hora tentando se livrar daquele encosto, você percebe que ele não vai mesmo sair dali e resolve fazer isso você mesma. Deixa o cidadão falando sozinho e continua na festa. Bebendo, rindo num tom que beira o nervosismo e observando quais as possibilidades na sua nova vida noturna.

Já é quase dia e seus pés doem incessantemente. Todo mundo bêbado e feliz (ou pelo menos se achando). Você bebeu um ou dois copos de vinho e está sóbria. E, mesmo que tivesse se embriagado, sabe que iria pra sua casa dormir e acordar sóbria e com uma puta dor de cabeça. E tudo voltaria ao normal. Mas você nem curte beber assim. É hora de partir e você entra no seu carro. Aquele pedacinho de poucos metros quadrados se transforma no maior espaço do mundo. E você, na menor pessoa do mundo. É tanto espaço sobrando. Você gostaria de não saber o que está faltando, mas você sabe muito bem. Você chora. Compulsivamente. E começa a imaginar, então, como vai ser sua vida daí pra frente. Com perspectivas nada animadoras. Você precisa de você de volta. Com urgência. Precisa preencher aquele espaço e o espaço da sua vida. Porque, daqui pra frente, você será sua melhor companhia.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Do que não passa pela lógica.

Milagre é quando tudo conspira contra, mas Deus vem de mansinho e com um sopro leve muda o rumo dos ventos. Milagre é quando o incerto nos abraça depois de nos atingir cruelmente com sua fúria. É quando respirar vira quase um suspiro de alívio e a vida devolve o sorriso como forma de retribuição por todo sofrimento. É o instante teimoso que resiste bravamente a um duro percurso e mantém-se em pé amparado pela força divina. É a decisão que escapa de nossas mãos, mas que antes de cair agarra-se com toda força a uma segunda chance. Milagre é o improvável gesto de carinho que impulsiona o ser humano a não deixar de acreditar.

Gosto do teu sorriso e gosto do meu jeito de interpretar cada um deles. O sonolento, o carinhoso, o aflito e o faminto. Gosto quando você me olha e eu entendo seu olhar. Quando você diz sem palavras, quando você age sem braços, sem mãos, quando me toca com sua vontade, só pelo olhar. Quando me faz sentir a mulher mais gostosa de todas, a mais desejada de todas, a mais bem devorada de todas. Isso.

Ando com saudade de ser tua como só você sabe, como só eu sei, como só a gente sabe...
E nossa história é meio do avesso.
Teve um meio, depois um começo e já teve vários "fins". A gente vive se perdendo em brigas tão sem nexo e depois se achando em reconciliações que pertubariam a ordem de Roma. Gosto quando você se incomoda com meu silêncio e diz: "Que foi? Não fica quieta não...", teu jeito de perguntar se tomei meu antialérgico, se coloquei uma blusa, se parei com a bebida. E que você não use isso como álibi, mas adoro quando perde a paciência comigo, quando fica nervoso, quando se irrita, adoro só pra te ver lutando contra a vontade de me puxar e me beijar, de se entregar, de mostrar que a gente não nasceu pra ficar com raiva um do outro, que a gente nasceu pra se consumir. E quando você chegou, trouxe junto na bagagem algo tão intenso que cegou o passado, ele pouco importa, tudo que veio antes ficou lá, no antes...
A gente pode passar pela amargura de forma doce e sublime. Se a gente tiver a gente. O resto é supérfluo. Provamos que podemos tudo, quando provamos que podemos ser tão um, sendo tão dois. E adoro quando ocorre a unificação. Tão eu, tão sua!

Mesmo quando parecer improvável, eu estou amando você!


Quando eu ficar parada olhando para a janela sem motivo algum, eu estou amando você. Quando eu acordar cedo pra trabalhar, lembrando quantas vezes eu estava em casa dormindo e você trabalhando, e eu te ligava pra te dar bom dia, (sendo que quem só de ouvir a sua voz já tinha garantia de um dia lindo pela frente, era eu). Eu estou amando você. Quando alguma lágrima cair do meu olho e secar com o seu tocar de dedos, eu estarei amando você. Eu não te amo por motivos que a maioria possa supor, eu te amo por nós. Te amo por nossos silêncios, onde nos entendemos e ninguém sabe de nada. Eu te amo por pedir desculpa, por te deixar bravo, por te fazer feliz e por compartilhar tanta coisa contigo. Não há bem que signifique, não há palavra que expresse e não há gesto que mostre o quão intenso é o meu amor. Eu te amo quando só você sente. E quando não estivermos bem e não houver nada que me faça te amar, o meu amor fará.

Parabéns pra você!

E tudo bem. Não temos por onde nos falar, mas dou um jeito - tudo para não virar Karma. Pediu explicações, e eu achei válido. Não volto atrás, mas deixo os nós todos feitos, e quero ter uma lembrança boa, tudo resolvido. Falo que queria te parabenizar ao vivo, mas não foi possível - te mandei apenas boas vibrações, aquela minha mania troxa de telepatia e desejei que fosse um aniversário maravilhoso, como também eu tive. Revelo a série de frustrações que me fizeram sumir, me afastar e dar o turn off em toda essa situação, sem nome, nem pé e muito menos, cabeça: que a gente é diferentes demais, que esperamos respostas diferentes da vida, e que, não daria certo. Tão óbvio, quanto claro. Uma pena, como já disse tantas, e tantas vezes. Você tem um sorriso lindo, e isso sempre foi um dos meus atrativos principais.
E então, você me diz que entende, e questiona: por que jogar fora os retratos, os buquês guardados em caixas de papelão, apagar do celular seu telefone, e deixar a porta ainda aberta? Nem eu entendo, te digo. A conversa está aqui, acontecendo, momento presente e toda essa palhaçada. Mas não me compreendo, e nem faço questão. Ajo conforme o que sinto, o que não é novidade. Não há linha de raciocínio, e nem atos premeditados. Na hora da raiva, sobe a vontade, e eu não sou nem louca de me impedir. Me arrependo por manhãs vagarosas, deitada nas minhas duas cobertas desse inverno congelante, e concluo: agi como pude. Pelo menos, me movi. E se não fosse? Seria infinitamente pior pensar no que não aconteceu. Naquilo que não deu pé. Penso algumas vezes nas viagens que a gente combinava em delírio, nas idas a Fazenda que nunca aconteceram, nas apostas que fazíamos pra vida alheia, e nas resoluções que fiz pra esse amor estranho e doentio.
Não vingaram, mas ficaram no filtro da memória daquilo que não vivi. Dolorido, mas filtrado. Graças à Deus.
Foi a forma abstrata que encontrei de resolver essa situação, colocar ordem na minha vida. Mesmo que tenha te machucado.
Um pingo apenas, perto de todo o mar do que doeu em mim, ao fim de tudo.
Você fala que tudo bem, que me quer bem. Quero tanto o seu bem, que saí de perto. Te deixei livre, e um dos motivos foi essa liberdade que era tão necessária pro seu dia-a-dia imprevisível e complicado. O seu veneno era o que me fazia assim cair todas as vezes, e voltar aparentemente mais forte - e por dentro, cada vez mais oca, iludida e sonhadora. Eu te fazia bem, mas você me piorava a cada dia com seu ar indiferente. Não por gosto ou vontade, mas pelas nossas enormes adversidades. E acho que naquela conversa agradável, naquele clima de saudade e good feelings, eu sorri e você não entendeu. Pude imaginar a sua incompreensão frente ao meu desvario feliz, correto e equilibrado. Eu, caindo sempre da corda bamba que é conviver com a minha personalidade forte. Agora aprendendo a andar pé ante pé, firme e olhando pra frente, pro futuro: você foi bom, mas passou. (Passou, não!)
Ironizei o seu medo frente às minhas palavras, as atitudes tolas de perguntar à amigos próximos sobre mim, ou a insistência de amigos seus na minha vida. Não somo amigos. Não fomos, e nunca seremos. Escutar que tudo foi bom, que você gostou de mim chega a doer um pouquinho na ponta do coração, diagonal. Sazonal. Mas não há o que fazer, e essa é uma conversa que finaliza um ciclo. Que fecha as portas, mas deixa as lembranças acesas. Que retira o ódio e o rancor, e recoloca no lugar o bom que ficou do outro, o perfume maravilhoso que usava, e o jeito único de fazer eu parar com minhas prezepadas (Psiiiiiu! rs). As belas e longas, e másculas, mãos, e claro, o sorriso mais lindo do mundo. Enquanto eu estudo, e você tem sua vida a tocar, nos despedimos com uma pontinha de que tudo
volte. No final, apenas arquivamos tudo de bom que ofertamos um ao outro: aprendizado, conversas boas, par de luvas temporárias. O inverno começa agora. A vida continua, e mesmo que as mãos estejam gélidas, frias e arroxeadas, há sempre os bolsos. Alternativas mil.
No mais, eu desejo toda a felicidade do mundo pra você, nem preciso pedir pra mim, porque se mesmo de longe eu ver, ou saber que você têem sido feliz, eu também estarei sendo feliz. A tua felicidade completa a minha. Sucesso em tudo na sua vida! E como não me canso de dizer, sempre, sempre e sempre eu estarei torcendo por você, onde quer que eu esteja.
Me sinto honrada por ter convivido com alguém como você.
Com toda a pureza do meu coração...

Seu eterno Dengo ;*


Apesar da gente nunca ter namorado ou casado ou feito planos, eu vivo como se já tivesse sido toda sua. Nunca contamos o tempo (juntos- porque eu sempre contei sozinha) ou demos nomes aos nossos sentimentos de compromisso. Mas eu sempre me senti comprometida com esse sentimento que você despertava em mim...
Vai começar a chover e eu posso chorar. Voltar no tempo
, me encontrar e chacoalhar meu corpo. Aquela época em que eu já estava quase cínica mas ainda acreditava em um relacionamento com todas as forças do mundo. Porque quanto mais cinismo e cansaço, mais força fazemos e mais forte parece. Eu queria me chacoalhar e dizer que ele existe, sim, o tal do amor, mas você, querida, não sabe ainda nada disso. Isso que você acha que é amor, menina, não passa nem perto. Eu me faria uma visita naquele apartamentinho pequeno e cheio de tentativas de charme e maturidade. E diria pra mim o que ninguém, sabe-se lá porquê, foi capaz de me dizer numa época tão necessária e quase triste. Época de tentar de tudo pra chegar perto do que, um dia, simplesmente acontece mesmo a gente achando que só funciona para os disciplinados na cultura da imbecilidade. Esse povo estranho que divide armário e sorriso de foto. Eu diria: menina, amar a dúvida, o silêncio, a ingratidão, o fim, o atraso, a invenção, a lacuna, o pode ser, as hipóteses, a não resposta, a raiva, o absurdo, o não, a impossibilidade, o depois que foi, o antes de chegar, o difícil, o pode não, amar essas coisas, menina, é amar o mistério e não um homem. Amar um homem não é o telefone que não toca, é o telefone que toca e ele tá daquele jeito que te irrita justamente porque está irritado com você e você desliga logo e ele liga de novo e vocês morrem de rir. Ah, e aí vai dando certo. Foi e foi e foi e cá estamos. Você apaga o cigarro de domingo, a luz e some. Eu escrevo esse texto na mente, tomo banho e me chacoalho. Daqui a pouco a gente, sem se dar conta de plurais e segredos, se encontra no corredor e decide o que faz do resto do dia.

Eu quase me arrependo de te falar de mim. Porque é de doer. Mas sou boba, tenho o coração maior que o peito. Não esqueço do nosso gosto bom. Quando vem o choro é salgado como um mar inteiro. Corta os lábios, impede a fala. Me faz estátua. Mas seu toque é como mágica.

Sempre comigo.

"As criaturas que desempenharam um papel na nossa vida, é raro que saiam de súbito de um modo definitivo. Voltam a pousar nela por momentos (a ponto de alguns acreditarem numa ressurreição de amor) antes de deixá-la para sempre."

quinta-feira, 9 de junho de 2011

" Tudo posso nAquele que me fortalece. Jesus é quem me fortalece! "

Não posso desistir dos meus sonhos.
Se Deus me deu a capacidade de sonhar, deu-me também a possibilidade de realizar os meus sonhos.
Tudo que o Senhor Jesus me permitiu sonhar pra minha vida, há de se realizar. Eu creio!
" O meu Deus nunca falhou! E as promessas que ELE tem estão de pé. "

Ninguém pode tirar de você o seu mais belo sorriso!

Acorde, garota! Você é linda, inteligente, tem um ótimo perfume e seus olhos brilham mais que um punhado de purpurina. Por que chora? Perdeu em alguma esquina seu encanto?! Ninguém pode tirar de você seu mais belo sorriso, motivo de idas e vindas saltitantes. Coloque sua música favorita para tocar, respire fundo e faça o que de melhor sabe fazer: ser você.”

Cadê você?

O frio,desce.Aqui dentro,tudo congelado.Não consigo respirar,é muito difícil.O frio adormeceu meus sentidos.Cadê,o seu amor que não mas,me aquece?Cadê,você?
Não sei se posso aguentar tanto frio
.Em volta de mim,é tudo vazio,tudo finito.
Preciso me afastar desse amor,que parece me congelar,não consigo sair do lugar,só pensando que talvez,as coisas voltem ao lugar.
O frio me parece,algo solitário.Talvez,se eu tivesse seus pés pra me esquentar,me sentiria melhor.O
nosso fogo,apagou e não dá pra acender novamente,porque a chuva já começou.Ela veio lavar as nossas cinzas,apagar o que sobrou.
Minha face,permanece estática,na esperança de um dia,quem sabe...nem sei.
Queria pra sempre verão,queria pra sempre calor,o seu calor.
Queria ser o calor que arde em você.O fogo que faz,incendiar o passado,tornando-o cinzas,que o vento leva.
Queria ser chuva,pra tocar seu corpo e sentir o seu gosto.
Não consigo evitar.Tudo o que quero,é continuar,andar,amar,me reencontrar.Quero alguém,que me esquente em noites frias,um amor de noite e dia.
Aqui dentro,ainda continua frio e escuro,não consigo encontrar a direção.Mas sei,que um dia o sol vai brilhar,alguém irei encontrar.Mas uma parte de mim,vai sempre continuar. O frio adormeceu meus sentidos.aqui.Parada.Congelada,a lhe esperar.
Acredito,que na vida existe dias de chuva,de sol,de frio e calor.Acredito,na força do amor.Sei que o caminho pra felicidade,é longo e árduo.Sei que as folhas caem no chão,como o tempo passa e nem percebemos.Acredito,na beleza do desabrochar de uma flor.No sorriso de uma criança e na esperança.

Por vezes,deixamos que pessoas congelem nossas vidas,as tornando mais frias e sem graça.Por vezes,paramos no tempo à espera de um amor,que já passou e nem sabemos se irá voltar.
Hoje,deixe que o fogo que aquece,a vida,a alma,lhe guie.Sinta o calor da brasa,correndo em suas veias e esqueça,tudo o que já lhe fez sentir um frio solitário,tudo que já fez,aquele barulho de vento sombrio,em sua janela,lhe causando um certo medo de sair de baixo das cobertas.Saia da cama.Levante,que mesmo em dias nublados,podemos fazer primavera.Não se submeta ao que já viveu.Pois,há sempre o que se viver.


Se eu tivesse insistido em tocar em frente, só ia conseguir me torturar ainda mais. A coisa mais inteligente que eu fiz foi não ir à festa. Porque eu estava cedendo, cedendo sem me dar conta do que eu estava fazendo. O anseio jamais passava, nem mesmo no tempo em que ele era meu. A emoção básica, como já disse, era o anseio. Continua sendo anseio. Não há como me livrar desse anseio, da sensação de que estou sempre um suplicante. É isso: eu sinto anseio quando estou com ele, e também quando estou sem ele.”

Nunca é tarde demais!

Para as coisas importantes, nunca é tarde demais, ou no meu caso, muito cedo, para sermos quem queremos. Não há um limite de tempo, comece quando quiser. Você pode mudar ou não. Não há regras. Podemos fazer o melhor ou o pior. Espero que você faça o melhor. Espero que veja as coisas que a assustam. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com diferentes opiniões. Espero que viva uma vida da qual se orgulhe. Se você achar que não tem, espero que tenha a força para começar novamente.



' Nunca é tarde para se sonhar, o céu ainda é azul, há esperança! '

quarta-feira, 8 de junho de 2011

as cartas que eu não mando.

"Bilhete da Ousada Donzela

Nêgo,
há nazistas desconfiados.
Põe aquela sua camisa que eu detesto
- comprada no Bazar Marrocos -
e venha como se fosse pra consertar meu chuveiro.
Aproveita na terça que meu pai vai com minha mãe
visitar tia Quita no Lajeado.
Se mudarem de idéia, mando novo bilhete.
Venha sem guarda-chuva - mesmo se estiver chovendo -
Não agüento mais tio Emílio que sabe e finge não saber
que te namoro escondido e vive te pondo apelidos.
O que você disse outro dia na festa dos pecuaristas
até hoje soa igual música tocando no meu ouvido:
“Não paro de pensar em você.”
Eu também, Natinho, nem um minuto.
Na terça, às duas da tarde,
hora em que se o mundo acabar eu nem vejo.

Com aflição,

... "

faz falta...

"Ele chorou um pouco.
Era um belo homem, com barba por fazer e abatidíssimo.
Via-se que havia fracassado. Como todos nós.
Ele me perguntou se podia ler para mim um poema. Eu disse que queria ouvir.
Ele abriu uma sacola, tirou de dentro um caderno grosso, pôs-se a rir, ao abrir as folhas. Então leu o poema. Era simplesmente uma beleza. Misturava palavrões com as maiores delicadezas.
Oh, .... – tinha eu vontade de gritar –, nós todos somos fracassados, nós todos vamos morrer um dia! Quem? Mas quem pode dizer com sinceridade que se realizou na vida? O sucesso é uma mentira."

(Clarice Lispector, em: A Via Crucis do Corpo)

Quando os sonhos se frustram, ou parecem não se realizar... Óh, meu Deus, ajuda-me a avançar!

Quando estou só
E o choro parece querer chegar
E um sentimento de temor
Como será o amanhã que eu não vejo
E quer me assustar?
Oh, meu Deus! Ajuda-me a confiar

Quando os sonhos se frustram
Ou parecem não se realizar
Quando as forças se acabam
Tudo o que eu sei é Te adorar

Quando as feridas
Do meu coração não querem sarar
E me atrapalham a visão
Tuas promessas são tão grandes
E as lutas querem me esmagar
Oh, meu Deus! Ajuda-me a avançar


Tua presença me aquieta a alma
E me faz ninar
Como um bebê que não precisa se preocupar
A minha vida escondida em tuas mãos está
Oh, meu Deus! Em Ti eu posso descansar

A esperança renasce
E a certeza de que perto estás
Tua paz me invade
Pois tudo o que sei é Te adorar


terça-feira, 7 de junho de 2011

Coisa de momento.

Confesso que a música romântica me fez tirar a roupa mais facilmente, mesmo eu não sendo de pensar muito antes de fazer isso. As coisas que ficam fora do lugar dentro de mim, sou eu mesma quem bagunço. Você, eu deixo bagunçar somente os cabelos e minhas quinquilharias femininas no bidê, pra deixar registrada uma marca, uma música, um beijo e umas recomendações.

Era o trato. Não sou de meio-amores que machucam por inteiro, acho essa coisa de paixão uma monstruosidade. Esse afeto sem razão que cultivamos por alguém quase desconhecido é uma espécie de suicídio passional que dá anos de cadeia. Não gostaria de ser como aquela gente que arrasta corrente por tempo. E não sou morta por dentro, acontece que meu colorido só dura 24 horas, tal uma borboleta. Sou isso, uma espécie de heroína lepidóptera nascida pra inibir crimes passionais. Mas só à noite, o resto do tempo sou uma lagarta gosmenta.

As pessoas que se apaixonam tendem a olhar-se mais no espelho, sem enxergar sua patética e debilitante condição. Quando a coisa acontece mútua, vá lá, diversão garantida por um tempo biologicamente determinado. As rejeitadas são o brabo. Subvertem-se psicóticas, caninas, manipuladoras, chantagistas, insanas, mendigas, agonizantes, verdadeiros cães de rua que aceitam um dono qualquer, suspeitos de crimes cheios de rastros.

Se alguém já chegou lá, por gentileza, me diga se vale à pena tanto andar. Do contrário, continuarei julgando essa coisa de amor uma longa estrada de chão calorenta até uma paradisíaca praia, que leva tanto tanto tanto tempo até você alcançá-la. E quando você chega sedento por um mergulho, fez-se a noite, o mar fica revolto e gelado e suscetível e perigoso e descontrolado. Não me espanta a vida como é ela é, me incomoda a vida como ela deixa de ser, às vezes. Simples, prática, funcional, indolor. Mas são apenas convicções.

Agora essa melancolia, essa saudade, essa tristeza, essa nostalgia, não sei o nome, seja lá o que você quiser. O jeito engraçado de andar com aquelas roupas, mesmo eu não concordando com aquela sua camiseta branca, seus dedos encardidos de cigarro, sua risada às vezes meio cruéis, as coisas que você diz por empolgação, completamente nu. Mesmo eu não concordando com nada de bom das coisas que já consigo enxergar em você. Você não sabe, mas meu superpoder é inventar homens na minha cabeça.

Acha mesmo que vou sair na rua só pra comprar o jornal do dia e consultar sua intenção de me ligar no horóscopo? O interessado não dá desculpas, dá um jeito. Quando essa hora chegar, o dia já se foi, meu signo já aconselhou a agulha do meu disco trocar de música: dorme e acorda amanhã, num novo dia. Faz de conta que é otimista ou que esse amor não significava nada. Se a maioria acha triste a sensação de estar esquecendo uma feição, pra mim é um alívio discordar.

Como não sei se verei seu rosto de novo, aquele papelzinho seu rabiscado no meu bidê, recomendando uma música pra ouvir, joguei no lixo antes de memorizar. Não me dou o direito de mergulhar assim tão fundo num admirável mundo que não me pertence. Mas se acaso você me procurar, não sei, pode ser, quem sabe passa hoje aqui pra devolver as coisas que são minhas - meus momentos bons.

Se as pessoas hoje em dia tem mais vergonha de se olhar do que se chupar, então a sensualidade está toda nos olhos.



Doze coisas que adoro fazer com você:

Se as pessoas hoje em dia tem mais vergonha de se olhar do que se chupar, então a sensualidade está toda nos olhos.

Hoje é dia dos namorados e você não está lendo este texto. Porque você está andando de mãos dadas num parque lotado de gente e seus cães, ou procurando um presente escondido dentro do carro, ou provando uma culinária exótica, ou virou pudim contra a grade de um prédio qualquer da cidade. E taí, de saída, quatro das coisas que adoro fazer com você.

Eu também não escrevo agora, na real digito no meu celular uma mensagem daquelas sem sentido pro resto do mundo, fora nós dois, pois juntinhos, eu mordendo seu queixo, você encaracolando mais meus cabelos da nuca, o mundo parece mesmo só tudo que a gente não precisa, apenas descarte. Bem, o sms criativo é a quinta coisa, a sexta é aquilo de morder o queixo.

Olha, o que vem depois da sexta coisa, se encaixa a sétima e a oitava das coisas. Mesmo a gente sempre fazendo a sétima e a oitava na mesma hora, na mesma posição, dando tudo na mesma coisa. Mas resolvi separar pra não ficar nenhuma dúvida: a gente faz amor. Que às vezes parece sexo. Que de vez em quando parece loucura. Que algumas vezes soa ilegal. E também uma música da Rita Lee, um torneio de judô, osmose, dois gêmeos xifópagos, ou a pororoca do meu rio invadindo teu mar, um inferninho pra dois. Ou atentado ao pudor, à moral, aos bons costumes, à vizinha que apanha do marido e todas as pessoas que se masturbam em webcams. Entende? É tanta coisa misturada que não cabe num item, aliás nem dois. Preciso de três.
Sexo, amor, e a terceira coisa, que apelidaremos de sacanagem meiga.

A sacanagem meiga, além de ter olho no olho e ser a coisa mais sensual desde as lambadas do Beto Barbosa, me remete a décima coisa. Ficar deitado de frente se olhando como fosse você uma taça de vinho no jantar e eu um tablete de diamente negro. Você
confere minha ingenuidade por trás das pupilas taradas enquanto decifro aquele misto de medo de sofrer com um corcovado de amor pra dar. Sabe, se as pessoas hoje em dia tem mais vergonha de se olhar do que se chupar, então a sensualidade está toda nos olhos.

E por falar em medo, a coisa número onze, são aquelas sandices que adoro dizer pra te assustar. Esses dias eu disse que não entrava na vida de ninguém se não fosse pra mudar tudo. E você me olhou com as sobrancelhas assustadas de quem se borra toda por isso. Nem esquenta, essas palavras que você só viu em filmes com o Jude Law ou em textos meus, não passam de um jeito de eu mesmo me acostumar a ter a vida modificada e não pirar com isso.

A última coisa seria dormir de conchinha contigo, mas mudei de idéia. Vou precisar enjambrar ali na nona coisa, cujo dono agora é: sacanagem meiga e depois dormir abraçadinho com o barulho de todos os fenômenos naturais batendo na janela. Porque seria uma afronta, um desbarate, uma inverdade deixar de fora a décima segunda coisa, que é fazer dos seus sorrisos tímidos e espreguiçados de manhã uns textos bacanas. São eles que te trazem pra mim o tempo todo.

Por que eu só faço com você.

Às vezes, você tem o mesmo sonho (bem, no seu caso pesadelo, dos grandes) que eu: me ver conhecendo outra garota, transar com ela e voltar pra casa balançando chaves depois de uma espécie de feriado de nós. Uma fantasia erótica, de repente ligada à uma pulsão de morte freudiana, uma besteira que protagonizamos vez que outra, para estupidamente nos sentirmos menos mortos e sonolentos. Como se variar o cheiro do lençol fosse um direito depois de algum tempo de serviço, um benefício pós-tolerância. Eu penso nessas coisas. E sei que você também.

Às vezes, agimos como se corpo e o espírito fossem dois irmãos gêmeos idênticos, o espelho um do outro, sem notar o quanto é patético vesti-los com roupas iguais e alimentá-los supondo o mesmo paladar. Como se um dos dois, talvez o que nasceu poucos minutos mais tarde, não tivesse vindo com uma misteriosa intolerância à lactose ou algo assim. Fazer amor com uma garota cuja calcinha eu nunca vi e, aliás, nem imaginava que o mundo fashion já andava aceitando aquilo como calcinha pode ser bem bacana, não é? Mas eu penso, quanto de alegria e paz de espírito meu corpo suporta? Muito, tudo. E quanto de sexo até meu corpo enjoar outra vez? Fogo, chama.

Isso sem contabilizar a paciência de fazer tudo aquilo rolar. O lance de ficar enxugando as axilas todos aqueles minutos antes de ligar e marcar alguma coisa. O vácuo durante as conversas, porque você viu "Melinda e Melinda" e ela não, porém ela viu "Embrigado de Amor" e você não. A decepção porque ela diz odiar Jerry Seinfield ao mesmo tempo em toca seu braço, ou seja, agora ela já tocou seu braço, você está prestes a foder alguém que odeia as melhores piadas do universo. Fora os primeiros beijos, tortos ou pro mesmo lado, dando sinais de que não apenas moralmente a coisa não deveria estar acontecendo, mas também por uma questão química.

Depois de um tempo você descobre que as escolhas mais acertadas têm as renúncias mais confortáveis - e eu escolhi você, sabe? Honestamente, entre fazer sexo sem amor ou sexo com amor, eu prefiro que meus triglicerídeos estejam em dia. Em certa idade, talvez quando sua testosterona começa a se estabilizar ao nível do mar, não visitar camas das solteiras da cidade não é tão dramático. É só como não ter grana pra ir no show do Paul McCartney, nada que vá mudar sua vida ou desvalorizar todas as coisas que você anda fazendo. Eu me preocupo com essas coisas, eu penso nessas coisas, eu realmente acho isso, embora a maioria não. E se você também não faz parte da maioria, tenho uma boa notícia: você não está sozinha.

Para os outros parece tão fácil. Já eu, me canso só de pensar em não ter você, ou estar com alguém diferente. Sim, de um jeito estranho e animalesco, como um macaco se comunicando através de gestos selvagens, mas que cansou de pular de galho em galho com medo de não haver tantos galhos assim, só estou aqui tentando dizer que te amo. Não apenas por preguiça ou porque é romântico dizer esse tipo de coisa, mas porque é a mais bruta verdade. Ah, e também que nessas fantasias, tais garotas jamais usam calcinhas de algodão esgarçadas de lavar trezentas vezes. E, sinceramente, não sei se conseguiria viver sem uma dessas no registro do meu chuveiro.

Você não se quebrou!




Vasos chineses se quebram. Copos de cristal, ventiladores de teto, discos da Tina Turner, se estivermos com sorte. Pessoas nunca, a não ser quando esquecem de olhar os dois lados. Mas emocionalmente falando, não. Quem sou eu pra dar pitaco na sua fossa? Ninguém. Você levou um tombo e tanto, e pronto. Se machucou, ok. Dói, eu sei. Perdeu sua capacidade de amar, verdade. Ou não. Não existem verdades, apenas versões, na minha versão.

Sei bem como funciona, quantas vezes já fui dispensado do amor. Muitas. Quis quem não me queria, amei quem enganava, compartilhei unilateralmente, acreditei no sonho hollywoodiano, me quebrei, levantei, desisti, contei mentiras, interpretei. Parece propaganda de telefone celular via rádio estrelada pelo Fábio Assunção, mas é só minha versão daquele trânsito caótico de um amor para outro.

Você não se quebrou, eu não me quebrei. Nascemos com a disposição natural para o amor. Falo por você e eu, não pelos bárbaros da história - Hitler, por exemplo. Sim, não conseguimos imaginar viver sem, sentimos saudade, choramos, compramos discos e livros por impulso, atravessamos sábados com calças de abrigo revisando filmes melancólicos - meus favoritos são "Um Beijo a Mais" ou "A Vida é Bela", produções genuinamente italianas, terra de gente que ama demais.

Bem, como gosto disso de sofrer com pés na bunda, resolvi amar de novo, a contragosto, paladar típico de um desistente. Cafés da manhã românticos, passeios de mão, festas em família, palpites de sogra, distribuição de beijos e mordidas em pezinhos pequenos. Viajamos pelo mundo sem sair de casa. Sabe quando o gostoso da transa se estende ao sono abraçadinhos? Pois é. Além de piegas, um prato cheio pra quem quer, mais uma vez, sair com a impressão de que o amor é o diabo com a garganta cortada ou um cão sarnento e raivoso.

Eu não estava quebrado, foi só uma interpretação, uma versão daquele ato final. Um sonho curto, ruim e mesquinho dentro do meu sonho maior, longo e aberto - apelidado de vida real, existência, a lucidez com suas esquinas e possibilidades. Eu não me quebrei, só atribui importância demais à oscilação momentânea da minha autoestima, valor demais a mim mesmo, pior, ao objeto dessa dependência psicologicamente física. Uma versão demasiado dramática do meu abandono. Fiz da minha vida uma ópera, um livro.

Você continua apto e aberto ao amor. A sede não seca. Se as coisas não aconteceram é porque não aconteceram. Pretensão sua achar que se fechou, que pode decidir, dirigir sua vida. Demita sua analista e olhe pros dois lados. Você só está perpetuando sua primeira experiência sobre o fim, cristalizando a primeira lágrima que caiu, como se tudo aquilo que acabou fosse realmente grande, infinito, definitivo.

O amor te feriu como fere uma flecha sem velocidade e impulsão. Ela cai no chão, você junta e enterra no próprio peito. É pena que quer despertar no outro, no próximo, no amado que se foi? Ninguém tem pena de você. Basta nascer para começar a sofrer, tudo é impermanente, não se iluda. O amor é gasoso, invisível, lendário, metafórico, um sonho. E como todo sonho é insólito, não pode ser cadeado em algum outro lugar que não o coração.

Seu coração não quebrou, pelo contrário, é única coisa que ficou intacta. Ele está lá, esperando por outrem. Como o meu, que pulsa melhor que antes. Um dia vou despertar e voltar a me abraçar com a solidão, estou sabendo. Por hora, não. Amanhã. Hoje, sigo sorrindo, chantageado pela minha versão atual. Toda manhã meu sonho acorda dentro de outro sonho.

Continuo sendo a mesma menina de forte essência.

E tudo isso parece dar tantas voltas...
Minha vida sentimental está uma bagunça, não sou a pessoa mais indicada pra falar de amor nesse momento.
Não que eu esteja mal por tudo isso, mas acho que estou me acostumando com a frase "Não damos certo juntos.", mas disso também já não sei.
Eu que sempre aguardei nosso reencontro, agora estou aprendendo a não me apegar à você. Em 2 anos as pessoas mudam, porém, pelo que me parece, eu em nada mudei.
Ainda sou a mesma "bobona" que ri por coisas que nem sempre chama atenção de todos. E isso te incomoda.
Eu ainda não sou a MULHER que vai ficar se arrumando e fazendo pose pra sair, me esforçando em coisas que não demonstrem minha infantilidade. Não terei all star, pulseiras de plástico ou coisas que sua irmã de 12 anos colocaria no braço pra rir. Serei uma mulher e serei diferente. Porém, eu ainda não sou assim.
Se você passar na rua e encontrar uma MENINA sentada, ali estarei eu. Vou estar rindo, implicando com algo e me sentirei feliz assim. Sem poses, disfarces ou comportamento sério, estarei livre e disposta a correr pela rua se me convidar e é aí que você entra me olhando de cara feia e dizendo "Não damos certos juntos."
Não consigo esquecer-me de quando discutimos por telefone numa festa, e que você me disse :
Não damos certo, só isso!
Não estou pronta pra largar esse mundo, sair disso e realmente mudar. Em 2 anos eu mudei, meus pensamentos são outros, mas minha essência ainda é forte, mas sei que isso é irrelevante pra você.


Você é o cara que, quando foi embora, me deixou sentindo uma dor bem enorme, mas eu gosto de você, você não fez por mal. Seu mal nunca foi por mal.


"Não é fácil olhar pra você e fingir que não estou sentindo mais absolutamente nada, mas é preciso."


"Em todo espaço, em todo branco, em todo homem, você é o menino que não tiro do coração. Errado, distante, esquecido, apagado e pra sempre."


"E lá vem você me olhar apaixonado e no segundo seguinte frio. "

"Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado."

"Te amo mesmo, talvez pra sempre..."
"O meu coração, como prometido...
Ainda deixo com você!"

Se desprender do passado não é fácil, mas eu sigo!

O pior é quando você vê que está sozinha.
Eu estou ali, sem tantos problemas, tudo corre bem e eu fico só observando as coisas acontecerem sem compartilhar tudo que um dia compartilhei com alguém.
Claro que você já tem outros amigos, outras conversas, outro mundo... mas esquecer as coisas antigas não foi tão fácil. A dor no começo foi difícil, a solidão foi enorme, mas a cada dia que passava eu pensava menos, ficava menos tristes, até chegar ao ponto de não lembrar durante dias, meses... isso que eu não queria, essa indiferença, esse tanto faz. Ainda fico um pouco instável as vezes, penso que é por não ter onde apoiar... mas a gente aprende a se equilibrar com o tempo. Hoje senti a instabilidade de novo, mas consegui me sustentar em pouco tempo. Mas sabe,
as coisas vão acontecendo e não adianta ficar se lamentando. Uma hora temos de seguir em frente... E eu sigo.
Aquele lugar onde estava nunca será preenchido por outro alguém, eu sei. Sei que este lugar ainda está aqui, mesmo eu não olhando para ele com frequência.
Então vamos seguindo, nos equilibrando pois um futuro nos espera e o destino somos nós quem fazemos.





Seguir em frente nem sempre é fácil, mas é necessário!

O que a gente faz agora? Ficamos aqui sentados nos encarando procurando alguma solução ? Procurando algum flash de esperanças em alguma expressão feita em frações de segundos? Pra ser sincera nem há nada a fazer. Pelo menos nada aqui.
Chega uma hora em que você deve seguir em frente. Há tantas coisas ali na frente, ali, a alguns quilômetros de distância daqui ou talvez menos. Mas você insiste em ficar aqui, onde mais nada pode mudar.
Nós aprendemos a conviver, nós aprendemos a viver. Remoer as coisas não valem a pena quando há um mundo inteiro a ser descoberto, onde existem coisas para serem experimentadas, apreciadas, e sentidas.
Sentir. Sentir. Sentir.
Alguém movido por sentimentos. Movido. O sentimento precisa te mover, precisa preencher cada parte do seu corpo fazendo com que você possa sorrir, correr, dançar, cantar... nossa, são tantas coisas boas que pode fazer.
Então porque usar o sentimento para te prender, para te parar ou te fazer chorar enquanto existem milhares de coisas para se conhecer. Se conheça, conheça o mundo, conheça possibilidades. Deixe todo o passado que te encara sentado em um canto qualquer, e siga o futuro que te chama com um sorriso no rosto. Sorria pra ele, segure sua mão e siga, sinta, viva.



"Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe."
Caio Fernando Abreu

' E eu te encontrei de novo...'

De repente, a vodca virou vinho. A festa fechou as portas. A solteira se comprometeu. A cidadã baladeira que não perdia uma festa sequer, perdeu o juízo e se jogou. Perdeu também a paciência com a amiga que fica horas descrevendo a roupa de não sei quantas cifras que ela comprou pra ir àquela super-mega-ultra-power festa do final de semana naquele super-mega-ultra-power lugar que ela já foi zilhões de vezes. A cidadã ouviu o toque de recolher. Acabou a graça de sair pra paquerar carinhas que não vão dar em nada. Acabaram as noites sem dias seguintes, os dias seguintes que ainda eram a balada da noite anterior. A cidadã não tem mais paciência pra festas regadas a saias que exibem o útero, por cabelos que exalam formol, por decotes que disputam o maior silicone, por playboys que também disputam o maior silicone, pelos silicones que disputam o carro mais caro e o cara mais barato. A música alta torrou a paciência, corrompeu os neurônios e estourou os tímpanos. A cidadã, que nunca teve vícios, se viciou. Se viciou em querer um cidadão só. Um cidadão que agüenta todas suas manias. Um cidadão que criou nela o hábito dele. Que viciou ela nele. E agora o vício dela é repetir ele. O vício dele. Vinte quatro horas dele. Sete dias por semana ele. Acorda, ele. Dorme, ele. Só ele. Ele faz todas as vontades dela, viaja, sua, ri, canta, toca, come, beija. Ela é a cidadã que faz a única vontade dele. Ele compra vinho, ela faz chapinha. Ele toca violão, ela canta música brega. Ele compõe, ela desafina. Ele é sol, ela é de lua. Ele quer envelhecer junto, ela quer morrer antes de envelhecer. Ele planeja o futuro, ela não tem a mínima pista de amanhã cedo. Ele paga previdência privada, ela paga depilação a laser. Ele é tudo que ela sempre quis um dia, antes mesmo de ela saber que queria. Ele quer ela, ela quer ele. A cidadã ex-baladeira-frenética-sem-rumo recolheu suas fichas e foi apostar em outro lugar. Mais seguro. Com menos risco. Mais certezas. E, por incrível que pareça, mais emoção. A cidadã prefere acordar de manhã e saber pra quem ligar do que tentar lembrar o nome da noite anterior. Prefere estar com alguém que conheça seus defeitos, que tolere suas pirraças, que a ame apesar do que ela é. Prefere saber onde está pisando. Como se preferir fosse algo que ela tivesse escolhido. Não foi. Aconteceu enquanto ela planejava um final de semana e outro. Aconteceu enquanto ela não tinha planos para o são joão e lamentava a maldita época do ano em que os rolos mal enrolados aproveitam pra desenrolar. Aconteceu numa noite de céu estrelado e aviões que ainda voavam baixo lá em cima. Aconteceu sem que ela tivesse o mínimo controle ou pelo menos uma vaga pista do que estava fazendo. Aconteceu e ela ainda não sabe muito bem o que está fazendo. Só que, agora, se ela tiver dúvidas, ela tem pra quem perguntar. E quando ela não tiver certezas, ela ainda vai ter ele.

Vivendo o presente- porque a vida é aqui, agora.

Não quero depositar esperanças, ou sonhar com um futuro fantasioso, quero só ficar aqui, e sentir o agora. Gosto do seu cheiro, do modo em que olha pra mim dando toda a atenção do mundo para as coisas que digo, gosto das sinceridades e verdades. Gosto de poder ver que posso contar com alguém aqui e agora, gosto do jeito em que implica comigo e me abraça no momento seguinte. Gosto de deitar no teu colo e pensar na minha vida enquanto você mexe nos meus cabelos. Espero que você continue aqui por muito mais tempo... pois no meio de toda essa confusão que está acontecendo por dentro e ao redor de mim, você é o ponto mais estável, e talvez até mesmo confiável. Pois você a única certeza que existe aqui agora. Muitas coisas não tem mais feito sentido... nem minhas próprias palavras. Você é o que tem feito mais sentido nesses últimos meses.

Sobre o signo de aquário...

"Detesto este signo. Detesto mesmo. E por que? Porque os diabos dos aquarianos, conseguem perceber as coisas antes que todo mundo e assim,não dramatizam,coisa que eu , sagitário adoro fazer. E como conseguem resolver problemas com um piscar de olhos... Acho até, que as aquarianas não têm tpm. O chato do aquariano tem dom de ser futurista e como tal,ele antecede fatos,situações e depois que você se estrepa ele solta: “Não te avisei’? Chato.Chato.Chato. O aquariano sempre é o mais diferente ou o mais tranquilo… Ele se antecede as tendências, então tudo que ele disser que é bom ou vai pegar, acredite…vai pegar. São completamente apaixonados por eletrônicos, jogos, computadores , tudo que é futurista e único. Um aquariano perfeito, seria o maluco beleza Raul Seixas, que falou sobre a metamorfose ambulante. Ah, aquário tem humor, tem uma loucura interna e um desprendimento das convenções que não é tipo, que não é calculado.Eles são naturalmente assim. Têm uma intelectualidade vibrante, são curiosos, cientistas, adoram analisar as coisas, os fatos, teorizar sobre algo ou mostrar um lado da questão que ainda não foi explorado. Pessoas de look original, idéias anarquistas , pessoas que mudam o curso da história são de aquário (...). No amor, são divertidos, desencanados , joviais, e não esquentam muito a cabeça com nada. Nada de supérfluo,lógico. Na verdade são dedicados ,mas nem ouse tentar prende-los. Eles te chutam como se chuta uma bola. As mulheres de aquário , na maioria das vezes, moram sozinhas, têm filhos sozinhas, têm seu próprio negócio, e não são nada caretas, adoro. Mas não se esqueçam….são cientistas… E te analisam e te observam o tempo todo, sem você perceber. E se você é conservador ,familiar e muito moralista, esqueça este signo. Ele veio ao mundo para agitar… Que inveja…"
Tudo bem, eu sei que nem tudo pode dar certo, sei que não tem como realizar todos os meus sonhos e ter você aqui ao mesmo tempo. Não podem acontecer tantas coisas boas juntos.
Enquanto isso fico aqui, eu, a voz do Marcelo Camelo cantando ao fundo, e a minha dor de cabeça que parece nunca passar.
Eu queria poder parar tudo e tirar todas as tristezas, todos os medos, anseios e preocupações. Quero parar de fingir que me preocupo com coisas idiotas enquanto no fundo só quero um motivo pra pensar em algo falsamente produtivo. Queria ao menos uma vez não deixar coisas pela metade, ou pessoas importantes pra trás. Não quero mais sentir aquela sensação de tanto faz... quero ao menos uma vez ver que posso contar com alguém, que posso contar com você. Odeio sentir essa sensação de não saber quem sou, o que sou, o quero pra meu futuro, o que realmente desejo.
As coisas andam tão complicadas que nem consigo mais escrever, não sinto mais a música me invadindo, e nem faço mais questão de muitas coisas. Queria só me esquecer de tudo e poder recomeçar sem minhas antigas decepções. Sei que tem coisas que realmente deveriam acontecer, pois não podia me apoiar sempre e alguém, existem momentos em que devemos nos sustentar um pouco, em que devemos aprender a andar com nossas próprias pernas. Eu só espero poder voltar e contar coisas boas, coisas felizes, poder dizer que vale à pena pois no fim tudo dá certo. Mas como dizem, ainda não chegou ao fim.
Então ela parou e em sua mente, recordações começaram a ocupar um espaço, um espaço, que para ela havia sido muito importante.
Ela se lembrava de um Dengo, o qual lhe ajudou a entender que nem todos são iguais, mas que alguns se destacam profundamente em nossas vidas.
E como em livros e filmes sabe? Você espera o perfeito, o incrível.
Mas na verdade ele sempre está presente, não de um jeito tão perfeitinho como sempre vimos, mas quando ele chega, ele chega e arrebata tudo que está perto, ele chega e mostra que existem coisas incríveis, momentos incríveis, pessoas que valem à pena, e que
quando você se afasta, podem passar anos, mas eles ainda continuam lá, em um lugar secreto ao qual você cuida com muito carinho, para que nada disso se perca.