quarta-feira, 16 de junho de 2010


Que você saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que você note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que
não o amarei menos porque estou quieta.
Que você aceite que me preocupo e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que você perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem você goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada você não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que você sinta quanto dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, você não desconfie logo que é culpa sua, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim você seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo " Olha que estou tendo muita paciência com você!"
Que se me entusiasmo por alguma coisa você não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, você ainda assim me ache linda e me admire.
Que você - não me considere sempre sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente,
você entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vunerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa.