segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Palavras são o que não falta. Do que me adianta ter o dom da escrita se ler o que eu escrevo não te faz uma pessoa melhor, não te faz perceber que eu preciso ter um pouco de covardia e fugir de querer estar com você. Do que me adianta a Groênlanda inteira se você está na Serra Leoa. Odeio ter que dizer isso, mas deixa estar.
Tudo que vai nem sempre volta. Cadê a infância que foi? Cadê você que foi? Para ser bem sincera, eu tenho medo do que possa não vir a dar certo. Eu me apavoro quando as coisas dão errado. Sou a pessoa mais durona que você vai conhecer, mas depois de muita conversa, acabo entrando de cabeça na relação, e aquela pessoa durona onde está? juro que se soubesse correria o mundo atrás dela, até porque a pessoa durona leva a consciência, e só deixa o maldito coração com a gente. E o coração tem vida própria, ele não tá nem aí se você vai sofrer, se você vai chorar, se vai acabar semana que vem. Ele vai, ele coloca as garras para fora, e vai sem perguntar para ninguém, sem se preocupar, ele não tem nada a perder. Agora a gente, meu Deus, não dá para contar em quantos lugares tem nossos cacos espalhados no chão: casas, bares, calçadas, etc.
Escrevi com o intuito de te culpar, e acabei culpando-me, que fique claro que essa crônica
não foi escrita pela pessoa durona, foi escrito de coração.