segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lembro exatamente de como você estava no dia em que te conheci. Camisa de malha amarela, calça jeans surrada, os bons e velhos tênis combinado com esse teu jeito esquisito. Trazia uma careca horrorosa e quase não falava. Era de uma desenvoltura monossilábica. Não tinha beleza usual, quebrava meus parâmetros da atratividade, com seu aparelho e seu tabaco. Com sua forma esguia e lânguida. Nada familiar a mim e ainda assim, não conseguia tirar os olhos de você.
Mal consigo me lembrar quando me apaixonei por você! Entre um beijo e outro me via presa no gostoso de dormir em teus braços e implicar com teu pé estranho sempre com aquela mania de fumar na cama, ainda deitado. Debochava da minha idade, do meu tamanho e nunca dizia o que sentia. Sequer saudade. Vez ou outra bêbado, mas quase nunca. Era então meu amor e meu amigo. Entre as vastas conversas (agora polissilábicas),confissões e beijos, confidências e desejos, estivemos juntos.
As vezes me lembro disso, mas hoje, especialmente hoje, lembro de quando me pediu pra partir.