sábado, 23 de outubro de 2010


"(Porque quem nunca teve um Chico na vida, não sabe o que é ter um amor inesquecível...)
Aqui e ali, passeando pela lembrança das paixões avassaladoras e dos amores de verão, você se pergunta como anda Fulano, se Sicrano se casou, se José tomou jeito, se João te perdoou, se Roberto te esqueceu. E, espontaneamente, lembra do Chico. Que ele continua se achando a última bolacha do pacote, sem dúvidas. Esse tipo de cara quase nunca muda, e detalhe: ao se cruzarem pelas ruas da coincidência, ele sempre vai comentar com um amigo que você ainda é caidinha por ele. (Ai, esses Chicos da vida ainda sugam toda minha paciência – esta, em extinção). Ofertas baratas e falta de garantia não me chama mais atenção. Chico contando suas vantagens por aí, gritando aos quatros cantos que ando sofrendo e morrendo de saudades, muito menos. E Chico só se tornou inesquecível porque, para mim, todos os amores os são, inclusive os mais insignificantes. . Não, eu não sou uma mal amada cheia Pros que ficaram de um jeito bonito, a gente rir de saudade. Pros que foram em silêncio, a gente se conforma. Pros que deixaram o nosso mundo ao avesso, a gente perdoa (o que se há de fazer?). Afinal, guardar mágoas não faz bem a mim, ressentir dores e afins, também não de traumas por causa dos amores fracassados. Muito pelo contrário, aprendi um bocado. E o principal de tudo: aprendi a sofrer por mim. Tenho um amigo que diz achar incrível a minha mania de racionalizar os sentimentos por sempre encontrar uma explicação plausível ao meu favor. Mas é verdade, gente. Não faz sentindo sofrer por alguém que me deixou. Se me deixou, é fato: não quer mais nada comigo e tenho obrigação de aceitar e seguir em frente. Sofro porque é inevitável e, no fundo, porque gosto (me traz inspiração e um monte de vantagem), mas sofro pra salvar a minha pele, porque me amo e me quero bem, e não por uma pessoa propriamente dita. Muito menos pelo Chico, que não passou de ilusão. A você, última bolacha do pacote, que se sente o centro do universo e pensa tudo errado, a você, que se acha melhor que os outros (lembre-se, Chico: aqui, ninguém é melhor que ninguém) e tem convicção que ainda ocupa espaço no meu coração, chama a próxima porque a fila já andou faz tempo.

PS: ai, último copo d’água do deserto, você é tão pouco pra matar a minha sede... "