terça-feira, 11 de janeiro de 2011


"Às vezes penso que não existe espaço na minha alma para a solidão. Aliás, penso mais: não existe espaço na minha alma para o sofrimento.

Não cultuo a dor e tampouco a tristeza. Já sofri por amor. Mas é bom sofrer por amor, ruim é não ter amor. Não que eu não goste de ser correspondida ou ser esquecida, mas amar alguém é viver um estado tão pleno que quase basta. E aí, se esse alguém não se interessar em me amar também, vou chorar por quatro dias. É esse o tempo que me permito sofrer. Perco o apetite, emagreço uns quilos, tiro o lenço da gaveta e choro tudo de uma vez. Dor, tristeza e lágrimas para mim têm prazo de validade.

... Quando chegamos ao fundo do poço só resta uma opção: subir. Tem que olhar para cima, pensar em alguma coisa, buscar uma luzinha no fim do túnel, encontrar forças... Passo batida pela tristeza e espero o que está por vir, sempre achando que vai ser o melhor”.

Bibliografia: Pimentel, Izabel. A travessia de uma mulher: ela cruzou o Atlântico em 40 dias e transformou a sua vida aos 40 anos/ Izabel Pimentel em depoimento a Mariucha Moneró. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.