domingo, 23 de janeiro de 2011

Como é bom o bem que ele me faz.


Ele senta perto de mim e segura minha mão. Não sei ao certo se pra mostrar carinho, abrigo, atenção ou companhia. Mas ele é assim: sempre perto, sempre ao lado. Na frente, só se for pra proteger. Atrás só se for pra ser guiado. E, por que não, vice-versa? Ele se manifesta em todos os sentidos, em todos os momentos, em todas as escolhas importantes e óbvias. Mostra aquilo que eu demoro pra perceber, por ser distraída demais, esquecida demais, teimosa demais.
Acorda com um sorriso de dá inveja. Toca meus cabelos e sussurra ao meu ouvido. Entra embaixo do meu lençol e se embola comigo por mais 10 minutos. Beija como se o mundo fosse acabar no próximo segundo. Toma um banho demorado e canta desajeitado, de um jeito que só ele sabe rimar, de um jeito que só eu sei apreciar. Sai de casa sempre atrasado, porque tem a mania de me memorizar de manhã. Diz que é pra dá sorte. E eu acredito.
Liga ao meio-dia e diz que está pensando em mim (o que me faz pensar o resto do dia nele). Conhece cada marca do meu corpo (e da minha alma), cada medo, cada sonho, cada sorriso, cada sobrancelha levantada. Rouba rosa do jardim do vizinho e me entrega como se fosse segredo, pecado e redenção. Tira meu sono de todas as maneiras que um homem pode tirar o sono, a roupa e o coração de uma mulher. E tem o melhor cheiro do mundo... Cheiro de abrigo, de saudade, de regaço, de metade que faltava...
E quando a gente se ama, ele me deixa ser quem eu quiser inventar... E faz do nosso quarto o melhor lugar do planeta pra se morar, transforma a janela em varanda (com vista pro mar), deixa o mundo inteiro trancado do outro lado da porta... A filosofia, o caos e o agito dessa vida podem esperar. A gente não traça roteiro nem chama convidados. É o nosso momento infinito em um mundo tão limitado.
Descansa em meu peito, beija meu pescoço e pergunta se me faz feliz (e o corpo todo se arrepia e responde por mim).
E eu agradeço a Deus que colocou ele em minha vida... Como é bom o bem que ele me faz...
Ele fala sobre tudo que agrada a gente, escuta minhas novidades atrasadas, não transforma meu vício por internet em polêmica, percebe quando preciso de silêncio dentro de mim e entende cada grito de revolta que deixo escapar. A gente segue assim: par na valsa da vida... Por que a gente não se encaixa no mundo, só na gente mesmo. Ele é namorado, amigo, amante, apaixonado. Aquela fôrma que Deus usou só uma vez e jogou no mato. Ele é a certeza de um dia recompensado. Ele é a recompensa...