quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O amor que não foi utilizado e fica ímpar.


"Porque eu tava mexendo no violão, comecei a fazer a melodia e aí a primeira coisa que apareceu foi exatamente cidade submersa, isolado de tudo. Porque cantalorando parecia, cidade submersa, parecia que, cidade submersa, parecia que a música queria dizer isto. E eu tinha que ir atrás depois, tinha que explicar essas cidades submersas, tinha que criar uma história. Apareceu, exatamente, a cidade submersa antes de qualquer outra coisa. Aí eu coloquei esses escafandristas e esse amor adiado, esse amor que fica para sempre, né? Essa ideia do amor, essa ideia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde, que não se disperdiça, e passa o tempo, passam-se milênios, e aquele amor vai ficar até debaixo d´água, e vai ser usado por outras pessoas, né? O amor que não, o amor que não foi utilizado, né? Porque não foi correspondido então ele fica ímpar, e fica ímpar pairando alí, né? Esperando que alguém apanhe e complete a sua função, de amor, né?".