segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


Ele achava que sempre tinha alguém correndo atrás de mim e que quando eu não estava com ele, provalvemente estaria fazendo outro cara rir das minhas histórias sem pé nem cabeça e das minhas teorias furadas.
Na cabeça dele meu celular tocava mais que 319 em dia de derrota do corinthians, e sempre ficava na dúvida se o cara que eu estava conversando era apenas um amigo, ou um ex-caso.
Pra ele eu conhecia as pessoas mais legais, as melhores festas, e os melhores bares num raio de 100 km. Sempre me dizia: "Poxa, como você achou esse lugar? Só você mesmo, só você mesmo"
Talvez essa tenha sido a frase mais falada por ele em todo o tempo que ficamos juntos. "Só você mesmo."
Era assim com as músicas que eu mostrava pra ele, o filmes que o fazia assistir, os livros, as situações, parecia que eu apresentava a ele um mundo novo. "Por onde será que ele tem andando?" - Eu me perguntava admirada.
Ele me olhava e via a mulher-maravilha, capaz de fazer e ser tudo o que quisesse. E eu, até hoje queria me ver um pouquinho mais do jeito tão encantado que ele via. E é claro que eu nunca entendi. Quando eu estava sendo chata, ele dizia que adorava o fato de eu ser tão eu em todo o tempo. Toda essa gentileza me confundia.
Eu até comecei a me achar mais legal, mais divertida, mais livre. Foi com ele que aprendi a amar ser quem eu sou, afinal tantas tentativas incansaveis de agradar a outras pessoas só me desagradava, e ele sabia então ele me ensinou o equilíbrio em tudo isso.
Entendi enfim essa magia de gente que parece tão feliz e confortável no próprio corpo, é a liberdade de ser que nos faz esbanjar luz por todos os lugares.
Quando íamos as festas dos amigos dele, eu o via me olhando de longe, enquanto eu ria alto, e falava sem parar. Um olhar de admiração. Todos os dias antes de dormir, eu peço para ter mais um dia com ele.
Algumas pessoas devem se encontrar só para se perder.
Mas graças a ele, hoje eu sou a minha mulher-maravilha, e acredito ser e poder ser tudo. Se alguem um dia conseguiu ver isso em mim, deve ser porque lá no fundo eu sou mesmo um pouco disso.